Araújo Jorge reunirá mais de 70 profissionais na 4ª edição do Mutirão de cirurgias para tratamento do câncer de pele

Ao todo, 25 pacientes que aguardam na fila da instituição serão beneficiados com a realização dos procedimentos. Anualmente, a instituição realiza 2.500 cirurgias, entre pequenas e grandes.

Há 12 anos, a doméstica Eunice da Silva Rocha, 61, é paciente do Araújo Jorge – Hospital de Câncer. Ela descobriu um câncer de pele após perceber o surgimento de um caroço acima da sobrancelha. “Sempre estive focada em trabalhar e nunca usei protetor solar. Quando o caroço apareceu e começou a crescer, procurei um médico para fazer exames. Já passei por três cirurgias. Primeiro foi acima dos olhos, depois no nariz. Desde a última cirurgia, passei a me cuidar mais, usando óculos com proteção, sombrinha e evitado a exposição ao sol”, relatou.

Segundo Eunice, após o susto inicial com o diagnóstico e a notícia de que precisaria operar, ela conseguiu se tranquilizar. “O tratamento aqui no Araújo Jorge foi muito bom e me deixou mais calma. Minha filha sempre me incentiva a usar protetor solar, e realizar exames frequentes, o que despertou em mim o cuidado com a saúde. Hoje estou verificando uma pinta no braço. Não sei nem explicar a minha luta, porque é Deus na frente. Se você não tiver Deus na vida, não tem nada”, afirmou.

Ela conta ainda que está sempre atenta às mudanças na pele. “Peço a Deus para que meu tratamento continue sendo aqui, porque todos são muito educados. Desde a primeira consulta, percebi que a equipe é cuidadosa e conversa com a gente, o que me ajudou a não entrar em pânico”, disse.

Para ampliar o acesso ao tratamento e reduzir a fila de espera, o Araújo Jorge realizará no próximo sábado (13/12) mais uma edição do mutirão de cirurgias para tratamento do câncer de pele. Os procedimentos, ofertados 100% pelo Sistema Único de Saúde (SUS), ocorrerão das 7h às 12h.

Dezembro Laranja

A ação do Dezembro Laranja, campanha de prevenção ao câncer de pele, contará com a participação de mais de 70 profissionais em um grupo multidisciplinar formado por médicos do serviço, anestesistas, médicos residentes, equipe de enfermagem e outros especialistas.

De acordo com o cirurgião oncológico Dr. Sormany Cordeiro, chefe do Serviço de Melanoma e Pele da instituição, o câncer de pele é o mais frequente no país, representando de 32% a 33% de todos os casos de câncer. “Isso significa que, a cada 100 pacientes diagnosticados, entre 32 e 33 terão câncer de pele”, destaca.

O médico explica que existem diversos tipos da doença, sendo o carcinoma basocelular o mais comum, seguido do carcinoma espinocelular e do melanoma, que é mais agressivo e requer maior atenção à pele. “O melanoma geralmente se manifesta como uma lesão pigmentada, de cor escura, podendo apresentar variações de tonalidade”, explicou. Segundo o oncologista, é essencial que o paciente observe mudanças na pele. “É importante ressaltar que há casos de câncer de pele que não apresentam sintomas. São lesões que podem não arder, coçar ou sangrar, mas ainda assim são câncer”, afirma.

Ele lembra ainda que o principal agente causador da doença é a exposição ao sol, especialmente em pessoas de pele clara e acima dos 40 anos. “Quanto mais envelhecemos, maior a probabilidade de desenvolver o câncer. O efeito do sol na pele é acumulativo e começa desde a infância. No câncer de pele assim como nos outros cânceres, o diagnóstico precoce contribui para o melhor resultado do prognóstico e a cura do paciente”, concluiu Cordeiro.

Segundo câncer de pele

Conforme o médico, após a cirurgia o paciente precisa manter o acompanhamento, pois pode desenvolver um segundo ou até um terceiro câncer. “É importante ressaltar que alguns pacientes podem apresentar um novo câncer de pele devido à exposição solar. Ainda assim, a grande maioria dos casos é resolvida adequadamente por meio da cirurgia”, afirmou.

Fotoproteção

Para o oncologista, a proteção envolve um conjunto de medidas destinadas a evitar a exposição aos raios solares que prejudicam a pele. “O protetor solar deve ter fator acima de 30 e ser aplicado antes da exposição ao sol. A reaplicação deve ocorrer a cada quatro horas. Outras medidas incluem o uso de chapéu, camisetas de manga longa com proteção ultravioleta, óculos escuros e evitar os horários críticos de incidência solar, que vão das 10h às 15h”, ressaltou.

O médico também destacou a importância de cuidados redobrados durante as férias, especialmente em regiões mais ensolaradas, como o Nordeste, além de priorizar a permanência em ambientes cobertos.

Foto: DCM/ Araújo Jorge