
Modelo Francisco Vieira
Fotógrafo Augusto Quinan
Valorização do segundo maior bioma brasileiro inspira coleção de marca
A marca ÉLOBO tem se destacado pela forma inovadora com que aborda o Cerrado, o segundo maior bioma brasileiro, exaltando características como coragem, elegância, resistência e uma rigidez que, paradoxalmente, permite regeneração. O estilista Eliseu Vieira explica que o nome da marca surgiu do desejo de valorizar o Cerrado, um bioma que nos cerca, mas que sofre danos causados por ações humanas, como queimadas e a agropecuária em áreas protegidas, ameaçando a fauna local.
Segundo Vieira, o nome ÉLOBO faz referência tanto a “um ser lobo” quanto à expressão “é lobo”. “Inspiramo-nos no lobo-guará, animal emblemático do Cerrado brasileiro e ameaçado de extinção. Protagonista de várias lendas, o lobo-guará é retratado como um ser místico, capaz de hipnotizar caçadores. O termo ‘guará’ vem do tupi e significa vermelho, remetendo à coloração de sua pelagem”, detalha o estilista.
A coleção “Ser inflexível”
Lançada em outubro de 2024, em Anápolis, a coleção “Ser inflexível” reflete o compromisso da marca com inovação e sustentabilidade. Para 2025, Vieira planeja um desfile em Goiânia, reforçando a conexão entre moda e preservação ambiental. A coleção inclui camisetas, shorts, calças, jaquetas, mochilas e malas, peças que traduzem ousadia e elegância para homens decididos e atentos à boa aparência.
“Busco imaginar a natureza reagindo às ações humanas, criando histórias imaginárias. Por exemplo, penso nas cinzas de árvores queimadas formando os traços de cada recorte das roupas. Quero narrar ideias que incentivem a mudança de mentalidade em prol da proteção da fauna e flora do Cerrado”, explica Vieira.
Modernidade e conceito
Vieira destaca que a coleção combina modernidade e elegância, mantendo um equilíbrio entre o conceitual e o comercial. “Para simbolizar o sufocamento causado pela fumaça das queimadas, explorei golas altas nas peças”, relata. A paleta de cores da coleção “Ser inflexível” é dominada pelo preto e off-white, representando as queimadas e seus efeitos.
Novidades em cores estão previstas para este ano, mas sempre alinhadas ao conceito da coleção. O estilista, que participa de todas as etapas da produção, revela que o processo manual exige de 5 a 8 horas por peça. “Boa parte das roupas possui texturas feitas manualmente na máquina de costura. Uma camiseta básica leva cerca de 5 horas para ser finalizada, enquanto uma com nervuras pode levar até 8 horas”, afirma.
Disponibilidade e personalização
Os interessados em inovar no estilo podem conhecer as peças pelo WhatsApp: (62) 98175-7006 ou no site elobomen.com.br. Cada peça possui uma tabela de medidas por tamanho, com possibilidade de ajustes simples, como encurtar barras ou ajustar as laterais.
Os preços variam entre R$ 150 e R$ 500, conforme a qualidade do material, o nível de habilidade envolvido e o tempo de fabricação. “Planejo lançar um projeto para capacitar costureiros, pois o mercado de confecção em Goiás enfrenta falta de qualificação. Isso resulta em acabamentos de baixa a média qualidade, limitando a valorização justa da mão de obra”, conclui Eliseu Vieira.
Para conferir o catálogo da coleção, acesse: https://abrir.link/UQDdQ

Victor Hugo Gomes
Fotógrafo: Augusto Quinan
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